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Foto do escritorVale PCD

Visibilidade intersexo, com Amiel Vieira

Atualizado: 6 de nov. de 2020



Foto de Amiel sentado e sorrindo. Ele é um homem branco de cabelos curtos e camisa cinza. Ao fundo, uma janela e cortinas.


 

Amiel é homem trans, intersexo, PCD, pesquisador da área de gênero e sexualidade, está cursando doutorado em bioética na UFRJ, é um dos co-fundadores da ABRAI e fundador do observatório intersexo.


Se entender como homem trans intersexo foi um processo longo, depende muito da necessidade de viver em relação ao que a sociedade prega e ele não se encaixava nisso. A descoberta como pessoa intersexo demorou muito, mas seu encontro como homen trans foi mais rápido. A experiência de se colocar e se entender no mundo não é fácil. Se colocar como homem trans intersexo é enfrentar a normatividade numa sociedade que não vê além dos genitais, se colocar como um homem com um genital que não é o que se entende como masculino é uma briga ferrenha.


Ele, como homem não mastectomizado, não se sente à vontade para ir à praia, muitas vezes o confundem com uma mulher no banheiro masculino. Se colocar como homen trans é enfrentar isso todo dia. Não é fácil, mas é possível.


A maior coisa que ele faz é lutar para que outras pessoas não passem pelo que ele passou. Amiel foi operado aos 7 meses e não teve a possibilidade de escolher o seu futuro. Muitos bebês intersexo passam por isso, além de na infância ou adolescência terem hormonização forçada para abrigar um gênero que a medicina escolheu, e isso é uma coisa muito complicada porque nenhuma pessoa está passando por esse processo como deveria.


"Há necessidade de lembrar que esse corpo não é do meu pai, não é da minha mãe, não é da medicina, esse corpo é meu, por isso eu tenho que tomar minha decisão", reforça.


É importante se entender e se aceitar como se é, e não ligar muito para o que a sociedade impõe como verdade, essa verdade nua, crua e tão difícil de engolir. Não é fácil, mas isso nos dá a oportunidade de lutar muito mais pelo que somos, isso significa que estamos dispostos a enfrentar a sociedade. e o que a sociedade pode fazer é nos aceitar como somos.


A sociedade coloca banheiros masculinos e femininos, filas de meninos e de meninas, roupas de meninos e de meninas, sapatos de meninos e de meninas. Tentam nos encaixar sempre. E o que a gente precisa de verdade é não estar encaixado para que a sociedade nos sirva, mas sim encaixados no que queremos.




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